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Viver à Margem: A Angústia de Ser um Pensador Preto e Periférico
Viver à Margem: A Angústia de Ser um Pensador Preto e Periférico
Viver na periferia já é, por si só, um desafio diário repleto de obstáculos. No entanto, ser um pensador preto e periférico adiciona camada adicional de complexidade e angústia a essa jornada. Nessa realidade, o conhecimento, frequentemente visto como a chave para a libertação e a aceitação, muitas vezes não é suficiente para garantir o devido reconhecimento e respeito, nem mesmo entre os amigos mais próximos.
Buscar saber é um caminho solitário. No contexto periférico, onde as oportunidades são escassas e as expectativas muitas vezes baixas, dedicar-se aos estudos e ao pensamento crítico pode afastar um indivíduo da norma social. O pensador preto e periférico enfrenta o peso dos preconceitos duplos: o racial e o social. Mesmo aqueles que alcançam um alto nível de erudição frequentemente encontram-se isolados, com sua voz sendo silenciada ou ignorada pela sociedade em geral.
Mais doloroso ainda é quando esse reconhecimento e respeito não vêm nem dos próprios amigos. Amigos, que devemos ser uma fonte de apoio e encorajamento, podem, em vez disso, demonstrar indiferença ou até mesmo desprezo. A frustração e a angústia que surgem dessa falta de aceitação geram questões profundas e perturbadoras: "Por que isso acontece? Será que esses amigos são inimigos?"
Essa falta de apoio pode ser atribuída a vários fatores. Por um lado, pode haver uma incompreensão do valor e do significado do conhecimento que o pensador periférico possui. A educação formal e o pensamento crítico nem sempre são valorizados em contextos em que a sobrevivência diária domina a agenda. Por outro lado, pode haver uma insegurança latente entre os amigos, um desconforto diante do sucesso ou da erudição do outro, que expõe suas próprias limitações e medos.
Além disso, o preconceito internalizado desempenha um papel significativo. A sociedade, com suas estruturas racistas e classistas, muitas vezes inculca um senso de inferioridade nas comunidades periféricas. Assim, um pensador preto e periférico que quebra essas barreiras e demonstra excelência intelectual pode ser visto, paradoxalmente, como uma ameaça à ordem estabelecida e aos estereótipos que perpetuam a marginalização.
Enfrentar essa angústia exige resiliência e uma compreensão clara de que o valor do conhecimento e do pensamento crítico transcendem a aceitação social progressiva. É crucial que o pensador preto e periférico reconheça o seu valor intrínseco e encontre forças na própria jornada intelectual. Procurar e construir novas redes de apoio, onde seu valor seja compreendido e aprovado, pode ser uma estratégia eficaz para superar o isolamento.
Por fim, é essencial promover uma mudança cultural que valorize e respeite o conhecimento em todas as suas formas e origens. Ao desafiar os preconceitos e as limitações impostas pela sociedade, é possível construir um futuro em que o pensador preto e periférico seja plenamente reconhecido e respeitado, não apenas pela sociedade em geral, mas também pelos seus amigos e pares. A angústia de caminhar sozinho pode, então, transformar-se na satisfação de trilhar um caminho que abre portas e cria novas possibilidades para todos.
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