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O Inconsciente em Cena: Relações Professor-Aluno sob a Ótica das Posições Kleinianas"

  O Inconsciente em Cena: Relações Professor-Aluno sob a Ótica das Posições Kleinianas" O ambiente escolar contemporâneo tem se transformado em um campo complexo de interações emocionais intensas, tensões silenciosas e manifestações de comportamentos que escapam às compreensões tradicionais da disciplina e da pedagogia. Professores, diariamente, se deparam com o desafio de ensinar conteúdos curriculares em meio a um mal-estar que ultrapassa as barreiras do pedagógico, alcançando as esferas emocionais e relacionais. A sala de aula, longe de ser apenas um espaço de transmissão de conhecimento, revela-se cada vez mais como um espaço de conflito psíquico e de revelação de aspectos inconscientes tanto dos alunos quanto dos educadores. Diante dessa realidade, é necessário recorrer a olhares mais profundos e complexos para compreendermos o que está em jogo. A psicanálise, especialmente a contribuição de Melanie Klein, oferece ferramentas potentes para pensar os impasses das relaçõe...

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Quem São Realmente Nossos Filhos? Descubra o Que Eles Revelam


Quem São Realmente Nossos Filhos?

Descubra o Que Eles Revelam

 Nosso papel como pais é multifacetado e desafiador, permeado por uma busca constante para compreender quem são nossos filhos. Muitas vezes, essa jornada nos remete às palavras sábias de Maffeo Vegio, do século XV, que nos alerta sobre a importância de conhecer com prudência e profundidade a natureza única de cada um deles.

Quem são, afinal, esses seres que geramos, criamos e educamos? São mais do que simples extensões de nós mesmos. São indivíduos completos, com suas próprias essências, sonhos e desafios. Para entender verdadeiramente nossos filhos, precisamos olhar para além das aparências, mergulhar nas camadas profundas de suas personalidades e compreender as experiências que moldam suas jornadas.

Cada risada, cada lágrima, cada gesto de rebeldia ou de carinho nos oferece uma pista sobre quem são nossos filhos. Somos, de fato, a somatória de todas as nossas experiências, conscientes e inconscientes. Da mesma forma, nossos filhos são moldados por uma infinidade de influências: desde as interações familiares até as experiências sociais, culturais e educacionais que atravessam seus caminhos.

É necessário cultivar uma conexão genuína com nossos filhos, uma conexão que vá além das aparências e das expectativas. Devemos criar um espaço de confiança e compreensão mútua, onde possam expressar livremente suas emoções, seus medos e seus sonhos mais profundos. Somente assim poderemos verdadeiramente conhecer quem são nossos filhos e acompanhá-los de forma significativa em sua jornada de autodescoberta e crescimento.

Não há um manual definitivo para entender nossos filhos, pois cada um é único em sua essência. No entanto, ao cultivarmos o amor, a empatia e a compreensão, podemos nos aproximar cada vez mais da verdadeira essência de quem são esses seres maravilhosos que chamamos de filhos.

 AS ESTRUTURAS FUNDAMENTAIS DO SER HUMANO

As estruturas fundamentais do ser humano são complexas e multifacetadas, envolvendo instâncias mentais, temperamentos, caráter e personalidades que moldam nossa forma de ser e agir no mundo.

Em primeiro lugar, as instâncias mentais fundamentais – prazer, realidade e normatividade – representam aspectos essenciais da nossa psique. O prazer guia nossas motivações e busca pelo bem-estar, enquanto a realidade nos mantém conectados ao mundo tangível ao nosso redor, e a normatividade estabelece as regras de convivência e conduta social.

Os temperamentos, por sua vez, delineiam características intrínsecas de personalidade que influenciam nossas reações e comportamentos. O sanguíneo, com sua sensibilidade e flexibilidade, contrasta com o fleumático, caracterizado por sua calma e paciência. O colérico traz consigo a impulsividade e a energia, enquanto o melancólico se destaca pela introspecção e ordem.

O caráter, representado por quatro tipos – receptivo, explorativo, acumulativo e produtivo –, reflete como lidamos com as experiências da vida e nos relacionamos com o mundo ao nosso redor. Cada tipo carrega suas próprias virtudes e desafios, moldando nossa abordagem diante das situações cotidianas.

Por fim, as personalidades, representadas por doze arquétipos distintos, abrangem uma ampla gama de características e comportamentos. Desde a arquiteta, conhecida por sua habilidade de planejamento e organização, até a aventureira, sempre em busca de novas experiências e desafios, cada personalidade traz consigo um conjunto único de traços e habilidades.

Ao compreendermos essas estruturas fundamentais do ser humano, somos capazes de nos conhecermos melhor e compreendermos também aqueles que nos cercam. Cada uma dessas dimensões contribui para a riqueza da nossa experiência humana, nos tornando seres únicos e complexos, capazes de enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que a vida nos apresenta.

Segundo Freud, as instâncias mentais fundamentais que guiam o funcionamento da mente humana são intrincadas e profundamente influentes em nossa psique. Estas instâncias são representadas pelos princípios do prazer, da realidade e da normatividade, e cada um desempenha um papel crucial na forma como percebemos, pensamos e agimos no mundo.

O "id" é a parte mais primitiva e inconsciente da mente humana. Ele é a fonte de nossos instintos básicos, impulsos e desejos. É regido pelo princípio do prazer, talvez o mais primitivo e instintivo dos três, busca a gratificação imediata das pulsões e desejos do indivíduo, priorizando a busca pelo prazer e evitando o desconforto ou dor a todo custo. É como se fosse um sistema de gratificação instantânea, onde o objetivo principal é a satisfação dos impulsos mais básicos e primordiais.

Em contrapartida, o princípio da realidade representado pelo “ego” é uma espécie de freio para o princípio do prazer. Ele reconhece que o mundo não está sempre disponível para atender às demandas imediatas e impulsivas do indivíduo. Em vez disso, ele nos obriga a lidar com as restrições do ambiente externo e a buscar soluções mais realistas e adaptativas para satisfazer nossas necessidades e desejos.

Por fim, o princípio da normatividade, ou regras de convivência, é uma instância mental condicionada pelo “supergo”, que se desenvolve ao longo da socialização do indivíduo. Ele representa as normas, valores e expectativas da sociedade em que vivemos, que são internalizados pelo indivíduo e influenciam sua conduta e comportamento. Essas normas atuam como guias para a interação social, ditando o que é considerado aceitável ou inaceitável em uma determinada cultura ou comunidade.

Assim, as instâncias mentais de acordo com Freud oferecem uma lente através da qual podemos entender melhor os mecanismos subjacentes ao funcionamento da mente humana. O constante embate entre o princípio do prazer, da realidade e da normatividade molda nossa percepção do mundo e influencia nossas escolhas e ações em todas as áreas da vida. ( Vilaça, 2019).

 TEMPERAMENTOS

De acordo com a teoria dos temperamentos de Hipócrates, desenvolvida há milhares de anos, a personalidade humana pode ser classificada em quatro tipos básicos: sanguíneo, fleumático, colérico e melancólico. Cada um desses tipos reflete características distintas de comportamento, emoções e interações sociais.

O temperamento sanguíneo é caracterizado por um grau elevado de sensibilidade e uma natureza otimista e extrovertida. Pessoas com esse temperamento tendem a ser sociáveis, entusiasmadas e cheias de energia. No entanto, podem apresentar dificuldades em manter o foco e a concentração por longos períodos, sendo altamente flexíveis diante das mudanças.

Já o temperamento fleumático é marcado pela calma, paciência e serenidade. Indivíduos com esse temperamento são geralmente equilibrados, tranquilos e inofensivos, preferindo evitar conflitos e buscar a harmonia em suas relações. São persistentes e disciplinados, capazes de lidar com situações difíceis de forma serena e compassiva.

Por outro lado, o temperamento colérico é definido pela impulsividade, paixão e energia intensa. Essas pessoas tendem a ser assertivas, determinadas e ambiciosas, buscando sempre alcançar seus objetivos com fervor e entusiasmo. No entanto, sua natureza explosiva pode levá-las a agir de forma impensada e a ter dificuldades em controlar suas emoções.

Por fim, o temperamento melancólico é caracterizado pela introspecção, profundidade e sensibilidade emocional. Pessoas com esse temperamento são analíticas, meticulosas e valorizam a ordem e a estruturação em suas vidas. São altamente conscientes de seus sentimentos e tendem a ponderar cuidadosamente suas decisões antes de agir.

É importante ressaltar que esses temperamentos representam apenas uma parte da complexidade da personalidade humana e que cada indivíduo é único, podendo apresentar uma combinação de características de diferentes temperamentos. No entanto, compreender esses padrões básicos de comportamento pode nos ajudar a entender melhor a nós mesmos e aos outros, facilitando nossas interações e relacionamentos interpessoais. (Martins et. al., 2008).

 TIPOS DE CARÁTER

Erick Fromm, em sua análise dos tipos de caráter, oferece uma perspectiva profunda sobre como as pessoas se relacionam consigo mesmas, com os outros e com o mundo ao seu redor. Esses tipos de caráter refletem diferentes abordagens à vida e podem influenciar significativamente nossas interações e nossas experiências pessoais.

O caráter receptivo, como descrito por Fromm, é caracterizado por uma predisposição a receber, mas uma relutância ou incapacidade de dar em troca. Essas pessoas tendem a se concentrar em suas próprias necessidades e desejos, buscando constantemente gratificação e satisfação pessoal sem considerar as necessidades dos outros. São indivíduos que podem ser vistos como egoístas ou auto-absorvidos, incapazes de cultivar relacionamentos genuínos baseados na reciprocidade e no apoio mútuo.

Por outro lado, o caráter explorativo é marcado por uma busca incessante por novidade e variedade, muitas vezes às custas dos outros. Essas pessoas podem se envolver em comportamentos exploratórios em várias áreas da vida, como material, psicológica e emocionalmente. Elas podem ser vistas como oportunistas, buscando constantemente tirar vantagem das situações e das pessoas ao seu redor para atender às suas próprias necessidades e desejos.

O caráter acumulativo compartilha algumas semelhanças com o caráter receptivo, pois também está focado em receber em vez de dar. No entanto, o foco principal dessas pessoas é acumular recursos, seja dinheiro, bens materiais ou até mesmo conhecimento, em vez de simplesmente buscar gratificação pessoal. Elas podem se tornar avarentas ou mesquinhas, preocupadas apenas com sua própria segurança e bem-estar, em detrimento das necessidades dos outros.

Por fim, o caráter produtivo é aquele que Fromm vê como positivo e saudável. Essas pessoas são capazes de amar e se dedicar a projetos e causas que vão além de seus próprios interesses pessoais. Elas encontram satisfação e realização em contribuir para o bem-estar dos outros e para o mundo ao seu redor, cultivando relacionamentos baseados no respeito, na generosidade e na reciprocidade. (Fromm & Fraga,1987).

Embora esses tipos de caráter possam ser vistos como generalizações, eles oferecem uma lente útil para examinar nossos próprios padrões de comportamento e motivação, bem como para entender melhor as dinâmicas dos relacionamentos humanos. Ao cultivarmos um caráter mais produtivo, podemos aspirar a uma vida

mais significativa e gratificante, baseada no amor, na generosidade e no serviço aos outros.

 AS PERSONALIDADES

As personalidades humanas são incrivelmente diversas e complexas, refletindo uma variedade de características, habilidades e traços que influenciam a forma como nos comportamos, pensamos e interagimos com o mundo ao nosso redor. Desde os líderes visionários até os espíritos livres, cada personalidade contribui de maneira única para a riqueza da experiência humana.

A "arquiteta" é aquela que possui uma mente analítica e criativa, capaz de conceber e construir estruturas complexas, seja no mundo físico ou no mundo das ideias. Ela é meticulosa e detalhista, sempre em busca de soluções inovadoras e eficientes para os problemas que enfrenta.

Por outro lado, a "advogada" é conhecida por sua habilidade persuasiva e argumentativa, capaz de defender suas ideias e convencer os outros de seu ponto de vista. Ela é justa e determinada, comprometida em lutar pelo que acredita ser certo e justo.

A "mediadora" é habilidosa em resolver conflitos e promover a harmonia entre as pessoas. Ela é empática e compreensiva, capaz de ouvir e entender as diferentes perspectivas em uma situação e encontrar um caminho comum para o entendimento.

Enquanto isso, a "virtuosa" é aquela que se destaca por sua integridade e ética, seguindo princípios morais elevados em todas as áreas de sua vida. Ela é confiável e responsável, agindo sempre com honestidade e honradez.

O "comandante" é um líder nato, que inspira confiança e respeito em sua equipe. Ele é assertivo e decidido, capaz de tomar decisões difíceis e liderar com determinação e coragem.

A "logística" é especialista em organização e planejamento, garantindo que tudo funcione sem problemas e de forma eficiente. Ela é meticulosa e eficaz, capaz de coordenar múltiplas tarefas e recursos para alcançar os objetivos desejados.

A "defensora" é aquela que protege e defende aqueles que ama, lutando incansavelmente por sua segurança e bem-estar. Ela é leal e dedicada, disposta a sacrificar-se pelos outros e a enfrentar qualquer desafio em seu nome.

Enquanto isso, a "empreendedora" é aquela que vê oportunidades onde os outros veem obstáculos, transformando ideias em realidade e buscando constantemente novas maneiras de inovar e crescer.

A "lógica" é conhecida por sua mente analítica e racional, capaz de resolver problemas complexos de forma lógica e metódica. Ela é objetiva e pragmática, confiando na razão e na evidência para tomar decisões informadas.

A "ativista" é apaixonada por causas sociais e ambientais, dedicando-se a lutar por justiça e igualdade em todas as áreas da vida. Ela é corajosa e comprometida, disposta a dar voz aos que não têm e a fazer a diferença no mundo.

O "cônsul" é conhecido por sua habilidade em cuidar dos outros e criar um ambiente acolhedor e harmonioso ao seu redor. Ele é atencioso e generoso, sempre disposto a oferecer apoio e conforto aos que precisam.

Enquanto isso, a "aventureira" é aquela que busca constantemente novas experiências e desafios, explorando o mundo com entusiasmo e coragem. Ela é destemida e aventureira, sempre em busca de emoções e aventuras.

A "inovadora" é aquela que está na vanguarda do progresso, criando ideias e soluções para os problemas do mundo. Ela é criativa e visionária, capaz de pensar além dos limites convencionais e de inspirar mudanças significativas.

Enquanto isso, a "animadora" é aquela que ilumina o ambiente com sua energia positiva e seu espírito contagiante. Ela é otimista e carismática, capaz de levantar o ânimo dos outros e tornar qualquer situação mais leve e divertida.

Por fim, a "executiva" é aquela que lidera com eficiência e determinação, garantindo que as metas sejam alcançadas e os objetivos sejam cumpridos. Ela é organizada e focada, capaz de tomar decisões rápidas e assertivas para alcançar o sucesso. (Conte et al., 2011).

Cada uma dessas personalidades contribui de maneira única para a diversidade e complexidade da experiência humana, oferecendo habilidades, talentos e perspectivas valiosas que enriquecem nossas vidas e nossas interações com o mundo ao nosso redor.

 

ESFERAS RELACIONAIS

Diogo Rizzato Lara, em sua abordagem das esferas relacionais, oferece uma visão abrangente e detalhada sobre os diferentes níveis e dinâmicas que permeiam nossos relacionamentos interpessoais. Dividindo essas esferas em sete categorias distintas, Lara nos ajuda a compreender melhor as complexidades das interações humanas e as emoções subjacentes que as influenciam. Para o propósito deste texto utilizaremos apenas quatro, que estão mais diretamente relacionadas ao tema proposto.

Na esfera relacional do "eu", Lara destaca o humor como um elemento-chave, mediado pela própria essência do ser e controlado pela atenção. Nessa esfera, as emoções como vontade, medo e raiva são ativadas pela atração ou aversão, e a inibição ocorre através da evitação. As funções cognitivas, como percepção, juízo, imaginação, memória e raciocínio, desempenham um papel fundamental nessa esfera, culminando no produto: sentir.

Já na esfera dos pares, ou família, Lara destaca a intimidade como o nível primordial, mediado pelo contato e controlado pela fidelidade. Além das emoções presentes na esfera do "eu", como amor e ódio, a ligação e a repulsão atuam como mecanismos de ativação e inibição, respectivamente. O resultado dessa esfera é a formação da família.

Na esfera dos outros, Lara ressalta a importância da cooperatividade, mediada pelas regras e controlada pela ética e pelo respeito. Aqui, além das emoções anteriores, como empatia e hostilidade, a integração e a marginalização desempenham papéis cruciais na ativação e inibição. O produto é a formação de relações sociais.

Por fim, na esfera do grupo, Lara destaca a proximidade como o nível principal, mediado por sinais e controlado pela lealdade. Apegar-se e desprezar são emoções adicionais que surgem nessa esfera, ativando a agregação e a dissociação como mecanismos de ativação e inibição. O resultado é a formação de amizades. (Lara, 2009).

Em suma, a abordagem de Diogo Rizzato Lara nos ajuda a compreender as complexidades das esferas relacionais e as emoções subjacentes que as impulsionam, destacando a importância de uma compreensão mais profunda e empática em nossos relacionamentos com os outros e conosco mesmos.

 A MENTE TRANSGRESSORA

A mente transgressora é aquela que desafia as normas e ultrapassa os limites estabelecidos pela sociedade, muitas vezes causando conflitos e perturbações em diversos contextos. Essa transgressão pode ser influenciada por uma série de fatores, tanto relacionados ao ambiente familiar quanto às características individuais do próprio indivíduo. Vamos explorar os elementos estruturadores dessa transgressão em diferentes áreas da vida:

Pais:

A má comunicação familiar pode abrir espaço para que o indivíduo se sinta desvalorizado ou incompreendido, levando-o a buscar formas de expressar sua frustração de maneira inadequada.

A falta de criação e apoio por parte dos pais pode deixar o indivíduo desamparado e em busca de formas alternativas de obter atenção e reconhecimento.

A ausência de uma disciplina adequada pode levar à falta de limites e consequências para as ações do indivíduo, incentivando comportamentos transgressores.

A falta de monitoramento parental pode permitir que o indivíduo se envolva em atividades perigosas ou prejudiciais sem supervisão ou orientação adequada.

A prática de rejeição ou abuso por parte dos pais pode causar danos emocionais profundos, levando o indivíduo a buscar formas de lidar com sua dor e raiva de maneira destrutiva.

Indivíduo:

A propensão para mentir e manipular pode ser uma forma de evitar responsabilidades ou enfrentar consequências por suas ações.

O sentimento de poder ao ludibriar os outros pode ser uma tentativa de compensar sentimentos de inadequação ou falta de controle sobre sua própria vida.

O uso de táticas de distração ou desvio pode ser uma maneira de evitar lidar com suas próprias falhas ou enfrentar a realidade de suas escolhas.

A minimização das próprias ações e a culpabilização dos pais podem ser estratégias para evitar assumir responsabilidades por comportamentos inadequados.

A tentativa de manipular os pais ou ganhar sua compaixão pode ser uma forma de obter aprovação ou evitar punição por suas ações.

A busca por atividades excitantes ou perigosas pode ser uma maneira de buscar emoções intensas ou chamar a atenção dos outros.

Em relação à escola:

A rejeição precoce da escola pode ser resultado de experiências negativas ou falta de apoio por parte dos pais ou educadores.

O tédio e alienação na escola podem levar o indivíduo a buscar estímulos externos ou se envolver em comportamentos disruptivos como uma forma de escapismo.

A falta de objetivos acadêmicos pode levar o indivíduo a buscar outras formas de gratificação ou reconhecimento fora do ambiente escolar. (SAMENOW, 2020).

A jornada de compreender quem são nossos filhos é uma tarefa complexa e desafiadora, que nos convida a mergulhar nas profundezas de suas personalidades e experiências. Ao longo dessa jornada, somos confrontados com a realidade de que nossos filhos são muito mais do que meras extensões de nós mesmos. Eles são indivíduos únicos, com suas próprias essências, sonhos e desafios.

Para verdadeiramente entender nossos filhos, precisamos olhar para além das aparências e das expectativas. Devemos cultivar uma conexão genuína baseada na

confiança e na compreensão mútua, criando um espaço onde possam expressar livremente suas emoções e serem ouvidos com empatia.

A compreensão dos elementos estruturadores da transgressão, tanto no ambiente familiar quanto na esfera escolar e individual, nos oferece insights valiosos sobre os desafios que nossos filhos enfrentam. Desde a falta de comunicação e apoio parental até as estratégias de manipulação e busca por gratificação imediata, esses elementos nos ajudam a compreender as motivações por trás dos comportamentos de nossos filhos.

No entanto, compreender nossos filhos vai além de identificar seus comportamentos transgressores. Envolve também reconhecer suas virtudes, seus sonhos e suas aspirações. Somente ao abraçar sua complexidade e singularidade podemos nos aproximar da verdadeira essência de quem são esses seres maravilhosos que chamamos de filhos.

Portanto, enquanto continuamos nossa jornada de compreensão e conexão com nossos filhos, que possamos cultivar o amor, a empatia e a compreensão, construindo relacionamentos baseados no respeito mútuo e na aceitação incondicional. Pois é através desse amor inabalável que podemos verdadeiramente nutrir o crescimento e o desenvolvimento de nossos filhos, ajudando-os a se tornarem os melhores e mais autênticos versões de si mesmos.

 

Referências

Conte, T., Maia, N., dos Santos Marques, A. B., Mendes, E., & Travassos, G. H. (2011). Estudo sobre a Influência do Tipo de Personalidade do Inspetor no Desempenho de Inspeções de Usabilidade. In CIbSE (pp. 211-224).

Fromm, E., & Fraga, I. (1987). Ter ou ser?. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Lara, D. R. (2009). Os princípios da mente e da personalidade. Ia JORNADA FLUMINENSE SOBRE COGNIÇÃO IMUNE E NEURAL História da imunologia cognitiva, 212.

Martins, L. A. C. P., da Silva, P. J. C., & Mutarelli, S. R. K. (2008). A teoria dos temperamentos: do corpus hippocraticum ao século XIX. Memorandum: Memória e História em Psicologia, 14, 9-24.

Vilaça, G. M. (2019). A construção do conceito de ego da segunda tópica freudiana.

SAMENOW, S. E. (2020). A mente criminosa. Campinas: Vide Editorial.

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