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O Inconsciente em Cena: Relações Professor-Aluno sob a Ótica das Posições Kleinianas"

  O Inconsciente em Cena: Relações Professor-Aluno sob a Ótica das Posições Kleinianas" O ambiente escolar contemporâneo tem se transformado em um campo complexo de interações emocionais intensas, tensões silenciosas e manifestações de comportamentos que escapam às compreensões tradicionais da disciplina e da pedagogia. Professores, diariamente, se deparam com o desafio de ensinar conteúdos curriculares em meio a um mal-estar que ultrapassa as barreiras do pedagógico, alcançando as esferas emocionais e relacionais. A sala de aula, longe de ser apenas um espaço de transmissão de conhecimento, revela-se cada vez mais como um espaço de conflito psíquico e de revelação de aspectos inconscientes tanto dos alunos quanto dos educadores. Diante dessa realidade, é necessário recorrer a olhares mais profundos e complexos para compreendermos o que está em jogo. A psicanálise, especialmente a contribuição de Melanie Klein, oferece ferramentas potentes para pensar os impasses das relaçõe...

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Filósofo: Essencial ou Irrelevante na Sociedade Atual?


 

Filósofo: Essencial ou Irrelevante na Sociedade Atual?

Na sociedade contemporânea, a figura do filósofo muitas vezes é vista como desnecessária ou até mesmo inútil. Para compreender essa percepção, é crucial explorar os graus de conhecimento delineados por Platão na alegoria da caverna, bem como os conceitos de crença, opinião, raciocínio e indução. Além disso, a perspectiva de Erich Fromm sobre o medo à liberdade oferece uma lente através da qual podemos entender melhor o papel do filósofo hoje.

Platão, em sua famosa alegoria da caverna, descreve prisioneiros acorrentados em uma caverna que só podem ver sombras projetadas na parede à sua frente. Essas sombras representam a percepção sensorial e o conhecimento limitado que dela deriva. Platão identifica quatro graus de conhecimento:

Imaginação (Eikasia): Os prisioneiros confundem as sombras com a realidade. Esta é a crença baseada em ilusões.

Crença (Pistis): Quando um prisioneiro vê os objetos reais que produzem as sombras, ele desenvolve uma opinião baseada em uma percepção um pouco mais próxima da realidade, mas ainda sensorial.

Raciocínio (Dianoia): Ao sair da caverna e observar o mundo exterior, o prisioneiro começa a usar o raciocínio e a indução para compreender a verdadeira natureza das coisas.

Inteligência (Noesis): Finalmente, ao contemplar o sol, o prisioneiro atinge o conhecimento verdadeiro e a compreensão das Formas, as essências imutáveis e perfeitas.

Platão distingue claramente entre crença e conhecimento. Crença e opinião são formas inferiores de entendimento, baseadas em percepções sensoriais e impressões subjetivas. Raciocínio e indução, por outro lado, são processos intelectuais que conduzem ao conhecimento verdadeiro. Na sociedade contemporânea, onde a informação é abundante e muitas vezes superficial, o papel do filósofo é essencial para fomentar o raciocínio crítico e a busca pela verdade, movendo-se além das sombras da opinião para a luz do conhecimento.

Erich Fromm, em seu livro "O Medo à Liberdade", argumenta que a liberdade pode ser assustadora para muitos, levando-os a buscar segurança em conformidade e autoritarismo. A liberdade implica responsabilidade e a necessidade de fazer escolhas, o que pode gerar ansiedade. Para evitar essa ansiedade, as pessoas muitas vezes se apegam a crenças e opiniões infundadas, evitando o questionamento profundo e a busca pela verdade.

Diante desse contexto, o filósofo não é um inútil, mas um guia essencial na jornada para a liberdade e o conhecimento. Em uma era de desinformação e superficialidade, o filósofo é aquele que desafia as crenças estabelecidas, questiona as opiniões populares e promove o raciocínio crítico. Ao fazê-lo, o filósofo ajuda a sociedade a sair da caverna da ignorância e enfrentar a luz da verdade, apesar do medo que essa liberdade possa gerar.

Portanto, longe de ser um inútil, o filósofo desempenha um papel crucial na construção de uma sociedade mais consciente e livre. Ele é um farol que ilumina o caminho da ignorância para o conhecimento, da conformidade para a liberdade, capacitando os indivíduos a pensar de forma crítica e viver de maneira autêntica

                                                                           Prof. Gabriel G. Oliveira

                                                                                   Psicanalista

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