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Filósofo: Essencial ou Irrelevante na Sociedade Atual?
Filósofo:
Essencial ou Irrelevante na Sociedade Atual?
Na sociedade contemporânea, a figura do filósofo
muitas vezes é vista como desnecessária ou até mesmo inútil. Para compreender
essa percepção, é crucial explorar os graus de conhecimento delineados por
Platão na alegoria da caverna, bem como os conceitos de crença, opinião,
raciocínio e indução. Além disso, a perspectiva de Erich Fromm sobre o medo à
liberdade oferece uma lente através da qual podemos entender melhor o papel do
filósofo hoje.
Platão, em sua famosa alegoria da caverna,
descreve prisioneiros acorrentados em uma caverna que só podem ver sombras
projetadas na parede à sua frente. Essas sombras representam a percepção
sensorial e o conhecimento limitado que dela deriva. Platão identifica quatro
graus de conhecimento:
Imaginação (Eikasia): Os prisioneiros confundem
as sombras com a realidade. Esta é a crença baseada em ilusões.
Crença (Pistis): Quando um prisioneiro vê os
objetos reais que produzem as sombras, ele desenvolve uma opinião baseada em
uma percepção um pouco mais próxima da realidade, mas ainda sensorial.
Raciocínio (Dianoia): Ao sair da caverna e
observar o mundo exterior, o prisioneiro começa a usar o raciocínio e a indução
para compreender a verdadeira natureza das coisas.
Inteligência (Noesis): Finalmente, ao contemplar
o sol, o prisioneiro atinge o conhecimento verdadeiro e a compreensão das
Formas, as essências imutáveis e perfeitas.
Platão distingue claramente entre crença e
conhecimento. Crença e opinião são formas inferiores de entendimento, baseadas
em percepções sensoriais e impressões subjetivas. Raciocínio e indução, por
outro lado, são processos intelectuais que conduzem ao conhecimento verdadeiro.
Na sociedade contemporânea, onde a informação é abundante e muitas vezes
superficial, o papel do filósofo é essencial para fomentar o raciocínio crítico
e a busca pela verdade, movendo-se além das sombras da opinião para a luz do conhecimento.
Erich Fromm, em seu livro "O Medo à
Liberdade", argumenta que a liberdade pode ser assustadora para muitos,
levando-os a buscar segurança em conformidade e autoritarismo. A liberdade
implica responsabilidade e a necessidade de fazer escolhas, o que pode gerar
ansiedade. Para evitar essa ansiedade, as pessoas muitas vezes se apegam a
crenças e opiniões infundadas, evitando o questionamento profundo e a busca
pela verdade.
Diante desse contexto, o filósofo não é um
inútil, mas um guia essencial na jornada para a liberdade e o conhecimento. Em
uma era de desinformação e superficialidade, o filósofo é aquele que desafia as
crenças estabelecidas, questiona as opiniões populares e promove o raciocínio
crítico. Ao fazê-lo, o filósofo ajuda a sociedade a sair da caverna da
ignorância e enfrentar a luz da verdade, apesar do medo que essa liberdade
possa gerar.
Portanto, longe de ser um inútil, o filósofo
desempenha um papel crucial na construção de uma sociedade mais consciente e
livre. Ele é um farol que ilumina o caminho da ignorância para o conhecimento,
da conformidade para a liberdade, capacitando os indivíduos a pensar de forma
crítica e viver de maneira autêntica
Prof. Gabriel G. Oliveira
Psicanalista
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