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Do Inconsciente ao Sagrado: A Formação do Ego na Psicanálise e na Mitologia Ashanti (Gana):
Do Inconsciente ao Sagrado:
A
Formação do Ego na Psicanálise e na Mitologia Ashanti (Gana):
A
formação do ego é um tema central na psicanálise e em diversas tradições
culturais, incluindo a mitologia africana. Ao explorar essas perspectivas,
podemos compreender melhor como o ego se estrutura e se manifesta na vida
contemporânea, particularmente em relação à autoafirmação e à identidade.
Na
psicanálise, o ego é visto como uma instância psíquica que mediatiza as
demandas do id, do superego e da realidade externa. Sigmund Freud descreveu o
ego como uma estrutura que busca equilibrar os impulsos instintivos com as
normas sociais, enquanto Carl Jung ampliou essa compreensão ao enfatizar a
integração de aspectos conscientes e inconscientes do eu. O ego, nesse
contexto, é tanto uma arena de conflitos quanto um agente de integração e
autoconsciência.
Na
mitologia Ashanti, de Gana, a formação do ego humano pode ser simbolizada pela
relação com Nyame, o deus supremo do céu, que governa sobre todos os aspectos
da vida. Nyame representa a fonte de sabedoria e ordem, e o respeito às suas
leis e aos ensinamentos dos ancestrais é visto como essencial para o
desenvolvimento do indivíduo. A conexão com Nyame e os antepassados não apenas
orienta o comportamento, mas também molda a identidade e o senso de
pertencimento à comunidade. Nesse sistema, o ego não é apenas uma entidade
autônoma; é profundamente interconectado com o coletivo e com o universo
espiritual.
Essa
abordagem é distinta da compreensão ocidental individualista do ego, que
frequentemente valoriza a autonomia pessoal e a autoafirmação em detrimento da
interdependência. No entanto, há um paralelo importante: tanto na psicanálise
quanto na mitologia Ashanti, a formação do ego envolve um processo de
negociação e equilíbrio. Enquanto Freud destacava a necessidade de harmonizar
os desejos do id e as restrições do superego, a mitologia Ashanti sugere que o
ego se forma através da harmonização entre o indivíduo, o coletivo e o divino.
Atualmente,
o processo de autoafirmação é profundamente influenciado por essas dinâmicas.
Em um mundo marcado por desafios como o individualismo extremo, a desconexão
com a natureza e a perda de vínculos comunitários, a mitologia Ashanti oferece
uma perspectiva poderosa e renovadora. Ela nos convida a considerar que a
autoafirmação não precisa ser um ato de oposição ou separação, mas pode ser uma
integração harmoniosa entre o eu e o coletivo, entre o mundo material e
espiritual.
As
mitologias africanas continuam a desempenhar um papel vital na moldagem de
identidades culturais e espirituais, especialmente para as comunidades da
diáspora. Elas oferecem uma base para a resistência cultural e para a
construção de um ego que reconheça tanto a individualidade quanto a
interdependência. Assim, integrar as lições da psicanálise e da mitologia
Ashanti pode enriquecer nossa compreensão da formação do ego e nos ajudar a
navegar pelos desafios da autoafirmação nos tempos modernos, promovendo um
equilíbrio entre autonomia e conexão.
Referências
Campbell,
J., & Moyers, B. (2022). O poder do mito. Palas Athena Editora.
Freud,
S. (2020). Sigmund Freud: obras completas (Vol. 17). Wisehouse.
Franchini
A.S. As melhores histórias da mitologia africana/A. S. Franchini & Caren
Seganfredo. – Porto Alegre, Rs: Artes e Ofícios, 2011 3ª edição.
Ford,
C. W. (1999). O herói com rosto africano: mitos da África. Selo Negro.a
Urban,
E. (2005). Fordham, Jung and the self: a re‐examination of Fordham's contribution to
Jung's conceptualization of the self. Journal of Analytical Psychology, 50(5),
571-594.
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