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O Labirinto do Recomeço: Expectativas e Realidade no Início de Ano
O Labirinto do Recomeço: Expectativas e Realidade no Início de Ano
O
início de um novo ano carrega consigo um simbolismo poderoso: um convite ao
recomeço, à construção de novas metas e à renovação de propósitos. Porém,
embutido nesse convite, encontra-se um campo minado de expectativas, desejos e
ilusões que podem nos desviar da verdadeira essência de nossos anseios e
necessidades.
A
expectativa é a esperança projetada, a ânsia de que o futuro nos recompense com
realizações que confirmem nossas vontades. Desejar algo é humano, mas quando o
desejo se transforma em uma expectativa irreal, estamos a um passo de criar
ilusões que mascaram o movimento natural da vida. O perigo reside em esquecer
que a vontade — essa força que impulsiona o querer — é, ao mesmo tempo,
liberdade e responsabilidade.
Estabelecer
metas é essencial para o direcionamento de nossas ações. Elas nos oferecem
propósito e sentido, guiando nossas escolhas. No entanto, quando confundimos o
objetivo com a necessidade, corremos o risco de transformar aquilo que é um
desejo em algo que percebemos como imprescindível. Esse equívoco nos lança no
território da abstração, onde o que se almeja não possui raízes firmes na
realidade, mas sim em fantasias ou projeções idealizadas.
No
limiar do ano, muitas vezes somos tomados por um êxtase temporário. É o êxtase
da possibilidade, uma embriaguez de planos, resoluções e promessas que, por
vezes, nada mais são do que uma fuga momentânea da realidade. Alucinações
simbólicas, que criam a falsa sensação de que o simples ato de desejar ou
querer será suficiente para transformar o amanhã. O problema é que a realidade,
inevitavelmente, nos traz de volta ao chão.
No
fim, o início de um novo ano nos desafia a equilibrar o que queremos com o que
é realmente necessário. Essa é a chave para evitar a armadilha da ilusão e do
desespero gerado por expectativas frustradas. Transformar desejo em meta, meta
em propósito e propósito em ação concreta é o caminho para transitar pelo
labirinto do recomeço sem perder o sentido da jornada.
Renovar
é um ato consciente, que exige olhar para as condições reais da vida e agir com
determinação. Alucinar, por outro lado, é entregar-se ao devaneio improdutivo,
à espera passiva de que o destino cumpra o que nossa vontade não sustenta. No
limiar de um novo ciclo, é vital perguntar: estamos prontos para enfrentar a
realidade com coragem ou seremos prisioneiros de nossas fugas e abstrações?
A
resposta a essa pergunta definirá não apenas o ano que se inicia, mas o tipo de
vida que estaremos dispostos a construir.
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