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Homem
Morto Sem Ser: A Exclusão do Sistema por Pensar Diferente
Vivemos
em tempos em que a liberdade de pensamento é enaltecida em discursos, mas, na
prática, ainda carrega um preço alto. Ser crítico, questionar crenças e
desafiar valores estabelecidos é um ato de coragem que, muitas vezes, conduz à
exclusão social, profissional e emocional. O homem que ousa pensar fora do
molde do sistema é, simbolicamente, morto — não no corpo, mas em sua conexão
com o meio.
Essa
dinâmica nos remete à célebre Alegoria da Caverna de Platão. Imagine o
prisioneiro que escapa da caverna, encontra a verdade fora da escuridão das
sombras e compreende a realidade como ela realmente é. Ele poderia escolher
viver sua liberdade, mas decide voltar e compartilhar sua descoberta com os que
ficaram presos. O que ele encontra ao retornar? Hostilidade, incredulidade e,
no fim, a morte simbólica e literal, pois o diferente é uma ameaça ao status
quo.
O
sistema, seja ele político, religioso, econômico ou cultural, não tolera bem os
que desafiam suas estruturas. Questionar é iluminar, e a luz da consciência
expõe as fraquezas e contradições que muitos preferem ignorar. O homem que
pensa diferente, como o prisioneiro de Platão, é frequentemente rotulado como
insano, perigoso ou herético, porque sua visão destoa da zona de conforto
coletiva.
No
mundo contemporâneo, isso ocorre de maneira mais sutil, mas igualmente brutal:
cancelamentos, isolamento social e tentativas de deslegitimação são as
"penas de morte" modernas para quem desafia o pensamento dominante. O
paradoxo é claro: ao revelar a liberdade, o questionador é colocado em
correntes ainda mais pesadas.
Mas
o homem que questiona, mesmo "morto", deixa sementes. É em sua
coragem que outras consciências começam a despertar. Como na caverna, talvez
demore para que todos saiam das sombras, mas a verdade — incômoda e libertadora
— permanece imortal. Assim, o homem que pensa diferente não é apenas um morto;
é um semeador, cujos frutos só o tempo revelará.
Pensar
diferente é um risco. Mas talvez, para quem encontra a luz, viver em
conformidade seja o verdadeiro caminho para a morte.
Prof. Gabriel Oliveira
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